DEPUTADOS DEFENDEM REPASSE DE DUODÉCIMOS PARA A UEZO

Deputados estaduais defenderam o repasse de duodécimos - pagamentos obrigatórios e diretos do Tesouro Estadual - para a Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), em evento suprapartidário realizado nesta segunda-feira (25/09). Durante o Supera Rio Uezo, parlamentares estaduais e federais se reuniram com representantes da instituição, que passa por dificuldades, para discutir soluções.

Inaugurada em 2005, a Uezo tem dois mil alunos, 93 docentes, oito cursos de graduação e três de pós graduação. Sem campus próprio, divide espaço com o Instituto de Educação Sarah Kubitschek, uma escola estadual, onde aconteceu o evento. Faltam professores para 85 disciplinas e não há funcionários administrativos.

A proposta de emenda parlamentar 47/17, que tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), institui os duodécimos para a Uezo, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). “Vamos lutar para que a PEC seja levada à pauta da Alerj”, afirmou o deputado Carlos Osório (PSDB).

Para o deputado Wanderson Nogueira (PSol), a medida é essencial, urgente, mas não suficiente para solucionar os problemas da universidade. “É o mínimo que a Uezo tem de direito. A Zona Oeste é sempre a região mais esquecida do Rio, apesar de ser a mais populosa, a que mais arrecada ICMS e, principalmente, a que tem necessidades mais gritantes. Para haver mudança social significativa, a universidade é fundamental."

Os parlamentares federais afirmaram que vão buscar verbas federais para a instituição."Eu me comprometo a colocar no orçamento do próximo ano uma emenda para a Uezo”, declarou o senador Lindbergh Farias (PT/RJ).

“Vamos batalhar para que a emenda de bancada do Rio no orçamento seja voltada para as universidades estaduais, além das emendas individuais”, explicou o deputado federal Glauber Braga (PSol/RJ).

Também estiveram no Supera Rio Uezo os deputados estaduais Gilberto Palmares; Waldeck Carneiro (ambos do PT); Flávio Serafini; Eliomar Coelho; Paulo Ramos (todos do PSol); Dr. Julianelli (Rede) e Jorge Felippe Neto (DEM); além dos deputados federais da bancada do Rio Alessandro Molon (Rede), Jandira Feghali (PCdoB) e Laura Carneiro (PMDB).

Falta de professores
Uma das principais demandas da universidade hoje é a posse de 18 docentes, que passaram em concurso público e aguardam desde 2014. Os deputados presentes disseram que vão levar o pleito ao líder do governo na Alerj, deputado Edson Albertassi (PMDB), em reunião com o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca, para cobrar a questão.

“Esses professores devem ser contratados, isso já é direito ganho e tem que ser cumprido imediatamente”, disse o deputado Marcelo Freixo (PSol).

A situação do corpo docente é crítica. “Tenho que revezar, de semestre em semestre, as disciplinas que eu leciono”, conta o professor Mauricio Anthony, representante da Associação de Docentes da Uezo (Aduezo). “Ainda assim, os alunos não conseguem se formar no tempo certo por causa da falta e professores. E ainda temos que fazer o trabalho administrativo.”

Reivindicações
De acordo com a reitora da Uezo, Maria Cristina de Assis, estão entre as reivindicações do centro universitário: concurso para assistente administrativo; bolsa de iniciação científica para alunos e professores; parcerias com a iniciativa privada; reajuste salarial para o corpo técnico; atualização do plano de cargos e carreiras e um campus próprio.

“O campus é uma condição essencial para que a gente seja de fato uma universidade. Além disso, é muito difícil no dia a dia lidar com adolescentes e adultos dividindo o mesmo espaço.”

Estudante de Ciências Biológicas, Vinícius Tavares, representante do DCE, lamentou os problemas. “Os alunos querem cada vez menos estar na faculdade. É muito desestimulante saber que você vai chegar e não ter uma aula de qualidade ou recursos no laboratório. Nossa formatura é uma incerteza.”